Esta obra, fruto da experiência profissional de “bombeiro sem farda” e académica do autor, apresenta uma análise das fragilidades e incongruências da organização do socorro e da proteção civil, assente no modelo atual de voluntariado, seja na componente associativa, seja na componente operacional, numa atividade profissional de enorme exigência física, cognitiva e emocional.
Por outro lado, a atual conceção de proteção civil, centrada nas abordagens reativas da gestão das catástrofes, tem de ceder passo à priorização e institucionalização da análise objetiva dos riscos, enquanto suporte do planeamento preventivo e à preparação das comunidades na governação dos territórios, “os fogos não se combatem, previnem-se’, ligando todos os agentes na filosofia de que “a proteção civil somos todos nós”.
Para a clarificação da organização do socorro do século XXI é chegada a altura da afirmação inequívoca do binómio Municípios-Bombeiros, enquanto suporte “infra-estrutural” da segurança e socorro das comunidades, sob auspícios “super-estruturais” da Associação Nacional de Municípios e do Governo (via ANPC), no sentido de se definir um modelo de financiamento protocolado que, baseado numa análise objetiva dos riscos municipais, garanta condições adequadas de operacionalidade ao pleno exercício das missões que em cada município, legalmente, estão confiadas aos corpos de bombeiros.